Documentário: Bigger, Stronger, Faster (ou: Anabolizantes são mesmo Ruins?)

Nas festas de final de ano eu vi um documentário recomendado pelo Lance Armstrong. O filme era o Bigger, Stronger, Faster, lançado em 2008 e tem como base o uso dos esteróides anabolizantes, questionando se eles fazem realmente tão mal assim como comentam.

Me surpreendi com o documentário!

De uma forma simples e clara ele tenta mostrar que o uso de anabolizantes não deveria ser tão criticado assim, trazendo fatos históricos, estatísticas de hospitais e entrevistas com várias pessoas do meio. O diretor, Christopher Bell, conhece bem do assunto, pois ele e seus outros dois irmãos eram usuários de anabolizantes desde quando começaram a fazer musculação.

A saga de Bell leva ela a várias partes dos EUA, entrevistando desde ratos de academia até senadores que não entendem sobre o que exatamente estão legislando. Há passagens sobre o uso de anabolizantes por atletas de elite nas olimpíadas e como os “bonzinhos” conseguiram participar de vários eventos, mesmo reprovando nos testes e exames.

Entrevistas com atletas famosos como Carl Lewis e Ben Johnson também aparecem. E o interessante é que Lewis era o bom moço, apesar de também ser pego nos testes, e se manteve livre e participando como um herói. O mesmo não se pode dizer de Johnson, que teve sua medalha caçada e caiu no ostracismo.

O filme faz paralelos com outras profissões e atividades para levar o público a pensar e tirar conclusões. Será que dormir numa câmera hiperbárica deveria ser proibido, enquanto que quem tem dinheiro para pagar pode treinar em altas altitudes? Será que músicos que tomam remédios para deixá-los mais relaxados deveriam ser proibidos de tocar seus instrumentos?

De maneira alguma estou defendendo o uso de anabolizantes por qualquer um, mas acho que todos temos que pesquisar a fundo sobre os temas que nos interessam e tomar nossas próprias decisões baseadas em fatos. Não gosto quando se fala ou se defende um tema só porque alguém falou. O importante é estudar e tomar a sua decisão em cima disso. Não existe nenhum problema em mudar de ideia depois. O que importa é saber do que se está falando.

Recomendo! Você pode se surpreender!

7 comentários ↓

#1 Xampa on 02.02.11 at 9:40 am

Belo questionamento.
Agora, sou fã do natural, então ….
Abx.

#2 Erik Neves on 02.02.11 at 10:49 am

A principal ressalva quanto ao uso de anabolizantes prescrito por médico é a falta de estudos.

As doses para uso terapêutico são bem definidas e não há problemas quanto a isso. No entanto, para o meio competitivo e estético, não há praticamente estudos intervencionistas controlados, por motivos éticos (uma das drogas pode lesar o paciente, Cap. I – XXIV e praticamente todo o Cap. XII do Cód. Ética Médica). Há, sim, abundantes “receitas” e “macetes” empíricos de uso das mais variadas drogas, inclusive veterinárias.

Como os médicos devem apenas indicar procedimentos legais e embasados cientificamente (Cap. II – II), o uso de anabolizantes fica restrito ao terapêutico.

As doses praticadas no meio esportivo são bem maiores que as doses terapêuticas, portanto os efeitos colaterais são bem mais intensos e frequentes, podendo até ser irreversíveis e existir outros que não se apresentam em doses menores. Pense nisso antes de se aventurar por este caminho.

#3 Rodrigo Stulzer on 02.02.11 at 10:54 am

Oi Erik!

De maneira alguma disse, ou pensei, em me aventurar por este caminho. O que falei é que existe muita crítica e o público em geral aceita isso sem ao menos questionar ou estudar.

Abraços!

#4 Erik Neves on 02.02.11 at 11:04 am

Esse foi um comentário para os seus leitores. Desculpe não ter deixado isso claro. Eu sei q vc é bem consciente.
Abraço

#5 Fernando Basso on 02.02.11 at 12:09 pm

Alguem já ouviu valar no Waldemar Guimarães??? Ele lançou alguns livros sobre o tema, porém até onde eu sei ele é a favor do uso. Segue abaixo o link do site:

http://www.waldemarguimaraes.com.br/loja/

#6 Leonardo "pés descalços" on 02.02.11 at 10:41 pm

Já assisti a este documentário. Mostra bem que muito do que há por trás do antidoping não passa de senso comum e não ciência. Eu sou da opinião do fisiologista sulafricano Tim Noakes.

#7 Jomar Coelho on 02.14.11 at 3:19 pm

Quem não viu o filme, veja.
Sobre a questão de usar ou não, vai de cada um, mas no geral os resultados aumentam mas o final é sempre desastroso.
Veja por exemplo o “trio gordinho”, barrigas relaxadas, postura horrível, e dobrinhas no pescoço.
Não se enganem, o resultado é rápido e e durabilidade é curta. Bem curta.
Prejudica os rins, sim. Prejudica o coração, sim. Aumenta a irritabilidade, sim.

Outra coisa a ser discutida é sobre quem deve usar.
Você é atleta de elite? É o Cigano do UFC? É o Armstrong? É o Lidell?
Não!
Você é um cara comum que vai ficar forte 1, 2, 3 anos, e parar de malhar porque trocou de emprego ou apertou na faculdade, ou porque o casamento te consome.
Você não tem plano de saúde vip. Não tem grana para um transplante de rins em turísmo médico na índia ou china. E nem mesmo consegue ter acesso aos restritos medicamentos de elite que custam 21000 reais por cápsula.

Ou seja. Não seja besta!

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