Neste sábado fizemos mais um trekking, desta vez de 55 quilômetros, rumo ao desafio de 100km em menos de 24 horas. Não foi fácil, mas conseguimos chegar ao final ainda inteiros, apesar das dores pelo corpo.
Fomos em quatro desmiolados: Antonello, Minduim, George e eu. O Minduim teve que desistir no quilômetro 18; seu calcanhar formou uma bolha que nem o silver tape conseguir amenizar. Começamos a caminhada às 05:21h da matina e terminamos por volta das 17:12h. Se você não quiser ler todo o relato, vá direto ao vídeo, que está no final do artigo! 🙂
Para variar consegui dormir somente três horas e meia na noite anterior; tinha uma reunião à noite e quando cheguei em casa ainda acabei de arrumar as coisas. Acordei às 04:00h e logo em seguida o Minduim passou aqui para me pegar. Partimos para Campina Grande do Sul; o ponto de encontro era a casa do George. Logo em seguida o Antonello chegou e nos arrumamos para começar a caminhada.
Passei vaselina nas partes de grande fricção, arrumei o boné e partimos para a aventura, com a noite ainda reinando. Depois de uma meia hora lembrei que havia deixado os bastões de caminhada no carro. Isso já virou piada, pois nos trekkings anteriores eu também esqueci de levá-los. Quem sabe no de 100km eu não esqueça! 🙂
O ritmo estava bom, por volta de 6km/h, e avançamos rápido nos primeiros quilômetros. Uma das coisas mais legais deste tipo de atividade é que vamos conversando o tempo todo, sem parar.
Na primeira parada o Minduim já sentiu o calcanhar e teve que colocar um pedaço de silver tape para ver se impedia uma bolha de se formar. Infelizmente não teve jeito e ele teve que desistir no quilômetro 18. Pegou uma carona e o motorista deixou-no no trevo de Campina Grande. Ainda teve que andar quatro quilômetros até chegar no carro.
Saímos das estradas vicinais e partimos para cinco quilômetros no asfalto da BR116, os únicos de todo o trekking. O George fez uma ótima rota e praticamente só pegamos estradas de terra. Chegamos na entrada da Graciosa e paramos para almoçar. O engraçado é que ainda eram dez da manhã. Como o tempo rende quando você começa cedo! 🙂
Depois trinta minutos, vários pastéis e alguns refrescos, partimos para a segunda metade do trekking. Ainda teríamos 25 quilômetros pela frente. Nesta hora o sol apareceu e nos seguiu por umas três horas.
No quilômetro 40 fizemos mais uma parada estratégia de 20 minutos em um boteco. Perguntei se havia cerveja sem álcool (já sem esperanças), e me surpreendi. Consegui uma Kronenbier geladíssima para me dar um ânimo para o trecho final. 🙂
Nesta hora senti as pernas pesadas e cansadas. Começava o trecho mais duro da caminhada.
Quanto mais perto estávamos de quatro barras, mais eu olhava para o meu relógio, verificando a quilometragem percorrida. Não sabíamos quantos quilômetros a rota passaria do objetivo inicial. Atingimos a marca dos 50km em Quatro Barras e calculamos que ainda teríamos cinco quilômetros pela frente.
A dor estava presente já havia muito tempo e o negócio era administrá-la o melhor possível. O que mais eu sentia eram as panturrilhas e os quadríceps. Mas estes eram só os mais fortes. No geral toda a perna doía de alguma maneira. Os pés então pareciam que haviam sido passados naqueles rolos de se fazer macarrão. Como não tinha jeito, e já havíamos andado muito tempo, não nos importamos com o trecho final; o destino iria chegar de qualquer jeito.
O legal é que fora o Minduim, ninguém teve bolhas nos pés, uma coisa que me preocupava muito. Fui com uma meia dupla e com o meu Salomon XT-Wings.
Chegamos na casa do George por volta das 17:12h, com doze horas de caminhada, muito cansados, mas extremamente felizes. Havíamos atingido o nosso objetivo!
Fazer o trekking de 100km não será nada fácil. Acho que vai ser daquele jeito: a primeira metade com o corpo e a segunda com a cabeça e o coração.
Veja abaixo o vídeo que fiz deste evento:
Resumo: trekking de 55 km saindo de Campina Grande do Sul por estradas vicinais, indo até a Graciosa e voltando pela Don Pedro II, queimando 6.514 calorias. A velocidade média foi de 4,9km/h, sem parar o cronômetro durante todo o trajeto. Isso explica a diferença para os outros trekkings (20km e 30km).
18 comentários ↓
qual era o tenis do minduim? 😀
PQP! Muito bom para a mente! O corpo se desfaz antes…
Caraca, show de bola o video.
Vcs sao realmente insanos rs
aquele
Eu não fui, ainda bem!!!! me deu um piriri e virei do avesso!!! com certeza voltaria com o Minduin nos 18 km, mas parabens a todos pela conquista!!!!
Bela caminhada!!
E dale pernada!!! Muito bom… Parabéns a todos.
Parabéns! 55 Km não é pra qualquer um. Gostaria de saber o que você faz para evitar o aparecimento das bolhas nos pés. Só o uso de meias duplas é suficiente ou têm mais algum “segredo”? Até mais.
Vocês são uns adoráveis malucos! Muito boa a aventura e a cobertura. Mas faltou uma mulher na empreitada. Me convidem da próxima vez 🙂
Beijo
Yara
Oi Yara!
Já está convidada. O próximo vai ser de 100, já que o George falou que era besteira fazer um de 80 antes. Segundo ele próprio: “vamos logo fazer o de 100 e acabar com este negócio” 🙂
Olá Eros!
Não teve nenhum segredo. Eu usei meias duplas, mas o Antonello não usou. Acho que isso deve variar muito de pessoa para pessoa, já que o Minduim teve bolhas logo no começo…
Aí que inveja! Queria poder ter participado!
PS: só faltou o take do pé descalço do George. Kkkk
50 km a pé!!! isso sim é bruto 😀 quero ver os 100 km.
[…] mais difícil foi quando saí da rotina, seja no dia que acordei as 04:00h da manhã para fazer o trekking de 50km ou quando viajei para a praia no fim de semana. Nestas horas é fácil esquecer o que você havia […]
Olá Rodrigo.
Achei sensacional a evolução para o seu desafio! Quando iniciamos a organização do nosso grupo de trekking, uma das matérias que li foi sobre o seu desafio, mas acabei não vendo os treinos que fez na sequência. Hoje achei o treino dos 50! Muito 10! Vou repassar seu link para nosso grupo para atiçá-los. Estamos iniciando no esporte. Pelo jeito estamos bem atrasados em relação ao seu treino, mas dependendo de seu aceite acho que talvez tenhamos algo para colaborar e participar. Também dependendo de seu aceite, gostaria que disponibilizasse o mapa dos trechos que fez de 20km e 30km. Ficamos aí na espectativa de trocar experiências.
abraço.
Luciano (Gandalf)
[…] o final de semana passado, quando escalamos o Pico Paraná. Eu até havia levado eles para usar no Trekking de 50km, mas acabei esquecendo-os no carro. […]
[…] Mas no frio coloco outro destes tubos, desta vez no pescoço. Ele serve para proteger a garganta do frio e também dá para levantá-lo até o nariz, cobrindo a boca. Assim é possível respirar normalmente, sem pegar aquele frio brabo entrando pelo nariz/garganta. E quando o sol é muito forte estes tubinhos servem também para se proteger contra queimaduras, como fiz no Trekking Treino de 50km. […]
[…] já falei no Trekking Treino de 55km, esta estrada está sendo asfaltada. É uma pena para quem pedala de mountain bike, pois […]
[…] saudações também aos companheiros: Rodrigo Stulzer, que tinha me convidado pra caminhar 50km no mesmo dia; Pedro Hauck; Andrey Romaniuk; Rodrigo Genja; Reginaldo; Rodrigo XANDÃO; Beto Severian; e Alisson […]
Adoro seu blog…
cada vez que venho visitar acho algo interessante…
hj achei este trekking.
Da uma vontadeeeeeeeeee….rsrsrsr
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