Pedalando Sozinho Num Domingo à Tarde

No domingo passado era para termos viajado para o interior do estado. Mas dadas as condições do tempo, fugindo da chuva e do frio, resolvemos atrasar em uma semana as nossas mini-férias. Para não ficar parado resolvi fazer um pedal rápido pelas 13:00h.

Já fazia muito tempo que eu não pedalava sozinho. Fora uns treininhos descompromissados, eu só pedalo com os amigos, pois é muito mais interessante e divertido. Mas neste domingo eu não tinha tempo para chamar ninguém, e o tempo estava muito bom lá fora. Não deu outra, me arrumei e saí meio que sem rumo.

Na verdade eu tenho um trajeto urbano que faço de vez em quando, e estou refinando-o ao longo do tempo (veja a imagem acima). Não é nada de especial, mas é todo na cidade/asfalto. Ele contrasta com o meu Circuito Rural por ser fácil e poder ser executado a qualquer hora do dia. A distância atual está em 22km, mas também não é nada engessado. Nele dá para fazer uma média rápida (que no domingo ficou em 22km/h) e treinar um pouco de giro.

Mas o legal deste pedal foi fazê-lo sozinho mesmo, só eu e minha bike. Como não tem mais ninguém junto, o foco fica exclusivamente entre você e sua bicicleta. Pode-se forçar (ou aliviar) a qualquer hora, testar o pedal, o giro, o guidão. Nada te impede, nada avança, tudo depende de você. Nesta hora não tem ninguém para te puxar ou te empurrar, o ritmo quem faz é você.

Gostei de relembrar esta experiência, vou voltar a pedalar mais algumas vezes assim, nos dias corridos e com tempo curto, quando não dá para chamar ninguém.

Logo no começo da minha jornada no mountain biking eu fazia muitos treinos sozinho. Lembro de uma época em que eu pedalava 20km por dia, todos os dias, durante a semana. Era muito legal e divertido. Taí uma boa desculpa para fazer novamente aquele meu velho trajeto e voltar um pouco no tempo.

O legal de se fazer o mesmo trajeto, dia após dia, é que você se integra com o percurso. A partir de algumas pedaladas pelo mesmo lugar, você começa a melhorar a sua performance naturalmente. É aquela velha história da memória muscular, do corpo se lembrando o que tem que fazer em cada parte do trajeto.

Este foi um pedal onde o “menos” virou mais: sem planejamento, sem máquina fotográfica, sem amigos, sem pensamentos… sem nada. Só eu e minha bike.

5 comentários ↓

#1 Yara Achoa on 07.14.10 at 1:45 pm

Eu comprei recentemente uma bike e estou adorando a experiência, embora pedale na cidade. Gostaria de fazer mais isso que você fez. Faz bem para o corpo e a alma…

#2 marco barbosa on 07.14.10 at 2:04 pm

Pô, porque não chamou ?

Abraços

Marco Barbosa

#3 Marcos Hartwich on 07.15.10 at 3:20 pm

Oi Rodrigo, tudo bem? Super bacana hein? Este teu texto me lembrou “O Segundo Café da Manhã” da Andrea Estevam, publicado na revista Go Outside, vale a pena ser lido: “O despertador toca. Meu primeiro impulso, depois de amaldiçoá-lo mentalmente, é jogá-lo pela janela. Pô, nem o sol acordou ainda. Mas em vez disso empurro as pernas para fora da cama e vou, com os olhos semi grudados, enfiar a cara embaixo da torneira. Já descobri que esse é o melhor jeito de arrancar o sono de minhas moléculas. Me visto feito zumbi, agarro uma fatia de pão e uma banana, e saio de casa já me sentindo vitoriosa: fiz a parte mais difícil do treino. Quem gosta de madrugar pode achar que estou exagerando – mas é porque não sabe como acordar cedo é uma tortura pra mim. Odeio sair da cama no melhor do sono! Por que então faço isso dia sim, dia não? Bem, há vários motivos.
Às vezes é o compromisso com os parceiros de treino, outras vezes é o medo de me dar mal numa competição que se aproxima. E, às vezes, vai entender, é a mais pura vontade de treinar (mas confesso que essa é mais rara antes das 9 da manhã). As recompensas também ajudam. É bom demais voltar para casa de corpo feliz, com a sensação de dever cumprido e um leve sentimento de superioridade – mais que merecido, veja bem – por ter acordado para fazer o que gosto quando tudo conspirava contra.
Mas o melhor de tudo é sentar, faminta e endorfinada, em frente a uma bela mesa de café da manhã para a primeira refeição decente do dia. Com o jornal na mão, cachorro ao lado dos pés, namorado do outro lado da mesa, eu me acabo. Os pães são mais gostosos, o suco é mais refrescante, e o café é uma delícia. No dia seguinte, costumo pensar, posso dormir mais. E no outro… bom, no outro vou acordar cedão de novo. Mas olho em volta e concluo que vale a pena.”
É isso aí… abração… Marcos Hartwich

#4 Leandro Scholz on 07.27.10 at 12:02 am

cara, vc tem esse mapa gravado no teu googlemaps? se tiver pode passar o link pra mim? eu to bolando um circuito pra mim tbm e gostaria de passar um pouco além do mossunguê e esse teu veio muito a calhar eu moro no jd botanico e não conheco muito por esses lados.

valeu,
té mais.

#5 Fabrício Aouza on 08.09.10 at 11:55 pm

Faço muito disso, porém como você disse, no começo era mais divertido e com o passar do tempo os lugares ficam monótonos e a solidão muitas vezes impede o pedal. Mas tem vezes que pedalar sozinho é a melhor opção.

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