Ontem terminei de ler o livro: O Ultramaratonista, de Dean Karnazes, mais conhecido com Ultramarathon Man.
Emprestei o livro do Claudio, que conheci quando corremos juntos a prova do Mountain Do do Costão do Santinho. Um encontro casual, num dia de Surf em Guaratuba, gerou tanta coisa legal!
O livro é uma autobiografia de Dean Karnazes onde conta como se tornou um ultramaratonista e como foram suas primeiras provas de grande resistência. Vale lembrar que uma ultramaratona é qualquer distância maior do que os 42km de uma maratona normal. Além disso as provas normalmente passam por vales e montanhas, só para complicar um pouco. 🙂
A primeiro prova em que participou foi uma de 50 milhas (80 quilômetros) onde chegou, digamos assim, não muito inteiro: cheio de cãibras, dores pelo corpo inteiro e vômitos involuntários. Pensou que nunca mais iria querer fazer aquilo de novo.
Mas a má impressão durou pouco. Logo ele descobriu uma outra prova, a Western States, uma corrida de 100 milhas (160 quilômetros). Esta prova ele descreve na íntegra, em mais de 70 páginas. Ali dá para se ter uma ideia do que é correr onde os limites do corpo são ultrapassados. Numa passagem ele fala que as ultramaratonas são corridas da seguinte forma: até a metade da prova você corre com as pernas; a partir daí é com a cabeça. No final do livro, quando participa de uma prova de 300km, ele muda um pouco, dizendo que quando as pernas e a cabeça falham, você tem que terminar a prova com o coração.
Dean conta que era o típico cara envolvido com a carreira com gerente de marketing, networking, trabalho até altas horas, restaurantes caros e corporativismo. Ganhava bem, tinha bons carros e todas as coisas que vêm com a dedicação de um executivo de sucesso.
Só que ele não era feliz.
No seu aniversário de 30 anos foi a um bar com amigos, e depois de ser cantado por uma mulher acabou saindo pela porta dos fundos, correndo até a sua casa. Chegou lá, calçou o único par de tênis que achou e continuou a correr.
Na manhã seguinte ligou para a sua esposa: estava a mais de 40 quilômetros de casa, extenuado pelo esforço, mas feliz e radiante. Tinha redescoberto a corrida.
Para ele comida é combustível, e vale qualquer coisa para fazer a máquina continuar a funcionar nas provas que ele enfrenta. Na corrida de 300 quilômetros ele consumiu 27.934 calorias, e isso em dois dias! E neste tempo todo ele não dormiu, só correu sem parar.
O livro é bem escrito, dá vontade de ler tudo de uma vez. É um incentivo a mais para calçarmos os tênis e sairmos correndo por aí, nem que seja um passeio de 5km no parque.
Seja para aquele que irá extrapolar todos os limites ou para o corredor de fim de semana que quer inspiração, O Ultramaratonista é uma grande diversão.
2 comentários ↓
Rodrigo, mandou bem (de novo!) na resenha.
Sem dúvida, conseguiu extrair a essência do livro.
Um abço.
Fuçando na net encontrei esse blog, estava pesquisando sobre o Karnazes e pesquisando sobre o livro dele. Adorei comentario sobre o livro, ainda nao o li mas deu mais vontade ainda de comecar logo a le-lo!
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