De Trike até o Araçatuba e o Morro dos Perdidos

Em 1998 eu estava bem envolvido com o vôo de parapente. Havia ido em março, no campeonato brasileiro em Governador Valadares, e também na segunda etapa, em setembro, em Cambuquira. Meus finais de semana eram voltados totalmente para o vôo. Durante a semana eu acompanhava a previsão do tempo para ver como o tempo iria evoluir. 🙂

Eu e o Daniel antes de decolar para o Araçatuba

Um dos amigos desta época, o Daniel, que também voava de parapente, torceu o pé em um vôo e teve que ficar alguns meses de molho. Como bom esportista fissurado, arrumou alguma coisa para fazer neste tempo: comprou um Trike (asa delta motorizada), fez um curso e começou a voar por aí. O Trike, apesar de ser adaptado da asa delta, é um bom exemplo de junção que combina. O mesmo não dá para dizer do paramotor (o parapente com motor), que é uma traquitana.

Decolamos de Trike com destino ao Araçatuba!

Eu sempre tive vontade de voar de Trike, mas nunca tinha dado certo. Nos finais de semana eu queria mais é voar de parapente, e nossas agendas não batiam; até que um dia o Daniel me convidou para fazer um vôo durante a semana. Eu nunca havia deixado de trabalhar para voar, mas decidi que aquele dia (19/09/1998) seria uma exceção. Fui de carro até o hangar onde ele deixava o Trike, em São José dos Pinhais, e arrumamos tudo. O objetivo era voar até a montanha do Araçatuba e ver se havia alguma estrada até o topo, para poder utilizar ele como pico para o paramente.

Serra do Mar ao fundo e estrada abaixo de nós

O tempo estava legal e, com um vento de cauda, atingirmos 90km/h fácil. Em cerca de meia hora de vôo estávamos nas imediações do Araçatuba. Tirei várias fotos durante o caminho, mas não achei tão fácil assim identificar as coisas; o que eu conhecia, com a perspectiva do chão não ajudava muito de cima. Como utilizávamos rádios para a comunicação ficou fácil achar os pontos que procurávamos e sobrevoamos o Araçatuba. Não conseguimos localizar nenhuma estrada e resolvemos só voar por ali, para curtir o visual.

Chegando ao Araçatuba de Trike

Bem perto do Araçatuba está o morro dos Perdidos, que têm antenas de comunicação. Tanto o Araçatuba quanto o Perdidos são fáceis de se localizar. Alguns quilômetros antes da descida da serra em direção à Santa Catarina iniciar, é só ver a maior montanha à sua frente. Parecendo um enorme pão de forma, o Araçatuba é um colosso, com pelo menos uns 6km de extensão e uns 600 a 700 metros de altura. O morro dos Perdidos é aquele que, quando já se está descendo o vale da serra, dá para ver no morro à direita, com algumas antenas em cima.

Morro dos Perdidos com as Antenas

Sobrevoamos os Perdidos e tirei algumas fotos também. Nele tem uma estrada fácil e bem aberta, que acabei indo um tempo depois. A entrada dela é bem perto do posto policial do quilômetro 666 da BR.

Topo do Araçatuba visto do Trike

Para descansar um pouco pousamos em uma clareira, em meio a uma estrada abandonada e esticamos as pernas. Ficamos por ali um tempo e em seguida decolamos novamente. Como já era umas quatro da tarde o tempo começou a esfriar. Apesar do sol, a soma da altitude e da velocidade gerava um friozinho considerável. Na volta tivemos sorte e o vento havia mudado de direção. Pegamos novamente um caudal e retornamos rapidinho para São José dos Pinhais.

Aquele foi meu primeiro e único vôo de Trike, mas me diverti bastante!

2 comentários ↓

#1 Fabrício Souza on 04.23.10 at 1:39 pm

Legal hein, você já fez de tudo um pouco também né?

Já fiz um vôozinho uma vez, mas hoje conhecendo avião do jeito que conheço, não entro nem amarado em um desses.

#2 reginaldo lucatto on 01.26.12 at 11:12 pm

este vou foi muito tope estou construindo um traik ? quero
encontrar amigos de vou .

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