Entradas Marcadas como 'Filosofia' ↓

Um Relacionamento Quase Eterno

Minha querida,

Comecei a sonhar com você antes mesmo de te conhecer. Engraçado, né? Não sabia como seriam as suas curvas nem se você era  loira ou morena. Não sei o que aconteceu, acho que foi algo que despertou dentro de mim.

Como todo adolescente, não conhecia nada sobre o mundo. Não entendia a sua personalidade nem tinha ideia de como tratar você. Não sabia se gostava de carinho ou de uma mão mais forte tocando em seu corpo. Bem, eu ainda nem te conhecia, lembra?

Comprei algumas revistas para tentar entender melhor como estas coisas funcionavam. Li tudo o que podia e me envergonhei por não ter experiência nenhuma neste tipo de relacionamento. Mas quanto mais aprendia, mais te queria. Acho que você chegou a virar uma obsessão.

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Como Dar Mais Vida aos Anos que lhe Restam

Resposta curta: Pratique esportes!

Resposta longa a seguir, pois vou ter que contar uma história. 🙂

Quando ganhei o meu monitor cardíaco (obrigado mamãe!), fiquei às voltas com a questão da frequência cardíaca máxima. Este é um dado muito particular e que varia conforme a idade. A fórmula básica é:

FCM = 220 – idade

Esta fórmula está em todas as revistas de corrida e, apesar de não ser o método mais eficiente de se chegar à fcm, é uma boa aproximação. Um teste correto seria feito em um laboratório, com acompanhamento médico e vários eletrodos no corpo. Como isso é muito complicado, usamos métodos mais simples, como o da fórmula acima. Continue lendo →

Quais São os Seus Verdadeiros Dias Úteis?

O meu amigo Sivuca, instrutor de Parapente, disse uma vez:

Voltar para a rampa após uma semana inteira de “dias úteis” deixa claro qual dia é mais útil.

Aquela frase me abalou pois eu encaixava perfeitamente na situação. Ficava a semana inteira esperando a sexta-feira para pedalar, voar ou fazer qualquer outra coisa relacionada aos esportes. Na verdade ainda fico. 🙂 Continue lendo →

Saia da Bolha

Mais uma intervenção urbana no “reduto mais pró-bicicleta de Curitiba“, como disse o meu amigo Pedaleiro.

Como é legal o pessoal se manifestar sobre o que acredita, que neste caso é o transporte alternativo de bicicleta. E olha que não precisa de grande coisa. Aqui o sujeito teve uma ideia legal, pegou um pedaço de madeira, pintou de branco e escreveu por cima, com um desenho super simples.

Ideia simples e implementação simples, mas o resultado é muito maior que a soma das partes. Parabéns para o anônimo! Será que é o mesmo da outra intervenção que eu já havia colocado no transpirando a alguns dias atrás?

E você, sai da bolha de vez em quando? 🙂

Esportes, Circo e Teatro: Oceano!

E nem só de esportes vive o homem! Bem, podemos viver de outras coisas, mas elas tem que ter alguma coisa de esporte, senão ficam chatas 🙂

Em homenagem ao Festival de Teatro de Curitiba o Transpirando foi assistir à peça Oceano, da companhia/circo Roda Brasil.

A peça tem uma trama super simples: um menino está na banheira e deixa o seu patinho escorregar pelo ralo. A partir daí ele vive aventuras no fundo do mar. E que aventuras!! Continue lendo →

Entrevista Sobre Corridas de Aventura para Revista Runner

No final do ano passado, logo após o Raid Aventura em Tijucas do Sul, recebi um email da Shirlei Ximenes, jornalista de São Paulo, querendo fazer uma entrevista comigo sobre Corridas de Aventura. Ela havia me achado através dos meus posts sobre Corridas no meu blog pessoal.

Depois de alguns emails trocados fizemos uma entrevista bem legal. Parte dela acabou saindo na Runner Magazine número 1, revista da academia Runner, de São Paulo.

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Os Esportes Radicais e Eu: Uma Paixão Insana

Juba, guia e eu, em Machu Picchu

Adoro esportes diferentes. No futebol sempre fui um perna de pau. Vôlei? Nunca consegui jogar direito. Na escola perdia as figurinhas e bolinhas de gude para qualquer outro coleguinha.

Na bicicleta eu me virava. Andava pela cidade inteira, fazia rampas e dava cavalinhos-de-pau por tudo quanto era lugar. Não lembro quando comecei a me envolver com esportes diferentes, mas pela memória foi depois que fiz mergulho, influenciado pelo filme Imensidão Azul.

Eu e o Cesar Barbado no Pico Paraná

Fiz mergulho. Gostei bastante, mas fiquei pouco tempo. Tinha que sair de casa e ficar horas na estrada até chegar num local próprio para mergulhar. Depois descobri o montanhismo. Uma coisa legal também, mas que exigia tempo. O montanhismo foi um tipo de esporte que me identifiquei. A primeira vez que fui para a Serra do Mar passei um fim de semana no Salto dos Macacos: uma caminhada de umas 4 a 5 horas chegando em duas lindas cachoeiras, longe de tudo. Era um passeio e, ao mesmo tempo, uma forma de me exercitar.

Trip de Mountain Bike na Ferraria em Curitiba

Do montanhismo fui para o Mountain Bike, pegando a primeira onda do esporte no Brasil. Andei mais de 4.000km em um ano, conhecendo todas as trilhas de Curitiba. Pedalei durante vários anos com um colega da faculdade, o Minduim. Com o tempo fui conhecendo outros esportes e a bicicleta ficou em segundo plano, pedalando esporadicamente. Mas em 2008 voltei pedalando em vários lugares, como o Parque do TamanduáCircuítos perto de Santa Felicidade e também na Estrada da Faxina. Pirei de volta e agora a bike voltou a ser uma companheira inseparável!

Rafting em Santa Catarina

Em 1994, despertei para o pára-quedismo. Numa de minhas idas ao Marumbi encontrei um cara bem pirado que só falava que iria cursar a brigada pára-quedista do Rio de Janeiro. Junte isso com o grande sucesso que foi o filme Caçadores de Emoção (Point Break), lançado em 1991, e alguns anúncios que escutei na extinta Estação Primeira, a rádio rock de Curitiba e pronto: eu iria entrar no pára-quedismo de cabeça. Liguei para a escola (Prisma Pára-quedismo) e decidi fazer o curso.

Saltando de pára-quedas em Ponta Grossa - PR

Depois que saltei, enlouqueci! O negócio era tão bom que lembro de pensar que poderia fazer aquele esporte o resto da minha vida. Dei 5 saltos já no primeiro final de semana. Depois fui fazer um curso de inglês nos Estados Unidos e dei mais alguns saltos por lá, em Perris Valley, na mesma área de salto em que foi filmado o Caçadores de Emoção. Voltei e só pensava em saltar. Mas chegou um ponto em que a brincadeira começou a ficar cara. Eu, como um funcionário do Banco do Brasil não ganhava o suficiente para sanar a minha fome de saltos. Depois de um tempo resolvi parar. Eu podia dar 4 ou 5 saltos de pára-quedas por mês, mas queria mais. Fiz as contas e, para dar os 20 saltos por mês que queria ficaria muito caro. Resolvi parar para não me frustrar.

Saltando em Boituva. Eu e o Giba

Neste meio tempo continuei a andar de bicicleta. Pirei também. Saía todo final de semana e por todo lado. Fiz várias aventuras de 100km descendo e subindo a serra. No final de semana andava pelo menos uns 60 a 70km em trilhas e estradas do interior.

Caminhada ao Vulcão Villa Rica, no Chile

Continuei com o montanhismo. Fiquei um ano andando de bike e indo para a montanha. Chegou um dia que tive outro click vendo um programa na TV. Vi uma reportagem de dois ou três caras voando de Parapente, descendo uma montanha. Aquilo ficou na minha cabeça.

Voando de Parapente em Caiobá

O estopim do Parapente foi uma amiga do Banco do Brasil que havia feito um vôo duplo. Ela me passou o contato do instrutor e liguei logo em seguida.

Lucio Flavio era o instrutor da única escola de Parapente de Curitiba, a Paranorte. Conversei com ele e no final de semana fui no morro fazer uma aula experimental. O Arnaldo foi junto comigo e ainda tenho as fotos deste dia em algum lugar nas minhas gavetas. Me amarrei na história e na semana que vem já estava inscrito para o curso. Dois meses depois eu era um piloto de Parapente!

Decolando de Parapente em Jaraguá do Sul - SC

Este foi um esporte em que me identifiquei muito e mais tempo me dediquei. Foram 5 anos de grandes vôos, viagens, amigos e alegrias. Também contribuí com a divulgação do esporte no Brasil. Criei uma lista de vôo-livre, a ParapenteBR (nesta época, 1996, não existiam yahoogrupos ou outros servidores gratuitos de listas na Internet). Ela ficou hospedada nos servidores da Conectiva e hoje está no yahoogrupos. Isso gerou uma união nacional nunca vista antes. Da lista criei um livro, o Parapente Brasil – Histórias e Aventuras do Vôo Livre, e que lancei em 2002. Infelizmente ele esgotou no ano passado. Agora só em formato e-book.

Livro Parapente Brasil

Acabei saindo do Parapente por vários motivos: muito trabalho na Conectiva e acidentes. Meu próximo esporte acabou virando o surf.

Surfando na Merreca em Guaratuba

Aprendi a surfar por influência da Bel, e de meus cunhados, Gian e Dudu. Comecei em 2001 e nunca mais parei, como falei no post sobre os livros de surf. O surf é uma coisa zen, um esporte que não larguei. Consigo conviver com ele de forma sadia, madura, sem ter tanta sede como os outros esportes que já tinha feito até aquele momento. Hoje surfo quando vou para a praia e não tenho problemas com isso. Acho legal e não fico na fissura de surfar todo dia, a menos que esteja na praia. 🙂

Downhill Speed no São Lourenço - Curitiba

Neste meio tempo conheci o downhill speed, de skate longboard. Acabei sendo fisgado pelo esporte. Achei muito legal pois nunca ter conseguido andar direito em um skate. Mas o speed tinha mais a ver com as minhas aptidões. Era uma coisa mais básica, matemática. Descer uma ladeira a 70 ou 80 km/hora era uma coisa muito legal, um balé preciso e sutil. Fiquei no speed por cerca de um ano. Acabei parando porque cansei de levar meus amigos para o hospital. Foram vários acidentes, desde os mais básicos, como luxações gerais até braços e pernas quebradas, chegando a cirurgias para colocar pinos em várias partes do corpo.

Corrida de Aventura em Balsa NovaEm 2005 comecei a correr. Aprendi uma técnica com o Steve pavlina, que mostrava que, para você adquirir um hábito, precisa fazer aquilo por 30 dias seguidos. Como nunca corri direito, resolvi que iria correr por 30 dias e foi isso que fiz. Hoje corro esporadicamente.

Em 2006 fiz a minha primeira corrida de aventura. Me amarrei também. Um esporte que junta desafio físico com um forte contato com a natureza. Quero fazer muito mais provas além das que participei até hoje. Bem, Corrida de Aventura! 😉

O esporte mais light que fiz até hoje foi o bumerangue, que já contei nesteneste, e neste post. Bem, tem as bolhas de sabão gigantes, mas isso acho que não conta. 🙂

Sempre gostei de coisas mais carnais, isto é, um contato mais forte com o esporte. Com o bumerangue foi diferente. Toda criança tem um fascínio por bumerangues e eu estava incluído nisso. Bumerangue ss-45 by Jerri LeuDepois que o Aurélio me deu os toques iniciais, corri e comprei os meus. Hoje tenho mais de 14 bumerangues e o meu relacionamento com o esporte é bem parecido com o surf. Não tenho a fome de fazê-lo todos os dias, mas a minha mochila está sempre no porta-malas do carro, pronto para brincar na hora em que eu quiser, a qualquer tempo. Eu tenho uma relação com o surf e com o bumerangue parecida com a minha pilha monstro de livros. Ela está lá e eu estou aqui. De vez em quando a gente se encontra, troca velhas histórias e se diverte muito. Na paz, sem stress.

Carveboard no Velódromo, em Curitiba

Tive até uma hérnia de disco, mas nunca consegui descobrir se foi por causa dos esportes. E se foi acho que nunca saberei de qual foi! 🙂

E o que espero do futuro nos meus esportes? Putz, não sei! Mas seguindo esta linha de atuação, daqui a pouco vou achar mais alguma coisa que me interessa, vou cair de cabeça e depois de um tempo a febre inicial vai passar e vou levar ótimas lembranças deste momento da vida, curtindo ele como um bom vinho, com um gole de cada vez, sentindo o seu aroma e sorvendo a sua essência.

Rodney, jl, eu e Gian, a caminho do Pico Paraná

Não sei o que me move em direção aos esportes radicais, mas sei que eles são uma parte essencial da minha vida.

Reinhold Messner, famoso montanhista italiano, conseguiu explicar um pouco do que sinto do contato com a natureza através dos esportes:

Os dias que estes homens passam nas montanhas são os dias em que realmente vivem. Quando a mente se limpa das teias de aranha e o sangue corre com força pelas veias. Quando os cinco sentidos recobram a vitalidade e o homem, completo, se torna mais sensível; e então já pode ouvir as vozes da natureza, e ver as belezas que só estão ao alcance dos mais ousados.

Aproveite a vida. Pratique esportes, conheça a natureza e, acima de tudo, viva em paz!